O projeto “Ruin’Arte”, é uma forma de chamar a atenção para a degradação do património arquitetónico deste "País à beira mar plantado". São pedaços de história perdidos, são almas penadas do nosso passado.
Procura desta forma denunciar e catalogar alguns exemplos dramáticos, que testemunham a falta de atenção de que o património arquitectónico tem sido alvo ao longo de várias gerações, através de registos fotográficos.
O Projecto Ruin’Arte, é uma iniciativa pessoal, sem fins lucrativos, e assume-se como um trabalho cívico de utilidade pública, nunca tendo sido contemplado com qualquer subsídio e tendo sido apenas suportado por meios próprios, desde o seu primeiro momento em 7 de Novembro de 2008. Do projeto já resultaram trinta e duas exposições com partes da sua coleção de fotografias.
Ruin’Arte explora o lado romântico que cada ruína transporta, é uma história mal acabada, arquitetira desleixada, cultural mal amada, património incompreendido, paisagens sem sentido. São ruínas industriais, urbanas, clericais, palacianas, rurais, humanas...
Segundo os responsáveis, não pretendem apenas focar as suas atenções na arquitetura "erudita". A história não se centra só em edifícios nobres: há casas de pastoreio, fábricas, moinhos, chalets, quintas, construções militares, e outros monumentos que igualmente merecem a sua atenção.
Com o trabalho que exploram, não querem ferir susceptibilidades pois consideram que a culpa provém de várias gerações... "Não será só um caso de política, mas também de falta de sensibilidade, um comportamento típico da nossa Nação e que com esta iniciativa pretendemos ajudar a reverter."
Para reforçar o impacto emocional do projecto, os responsáveis adoptaram uma linha gráfica de cor e preto e branco, isolando os edifícios e trabalhando os contrastes entre estes e as zonas envolventes, pretendendo, desta forma, criar imagens mais eloquentes.
De salientar, que as reportagens são sempre acompanhadas de um texto elucidativo da história de cada local. São feitas pesquisas exaustivas que levam, por vezes, a preencher lacunas e a desvendar mitos e mistérios, contribuindo para a preservação de uma memória colectiva, tornando assim este projecto pioneiro.
Atendendo à instabilidade das estruturas fotografadas, o trabalho envolve naturalmente riscos.
A colecção conta com mais de três mil e quinhentas imagens já tratadas e cerca de quinze mil por editar, tendo sido documentados cerca de um milhar e meio de edifícios arruinados. Abrangendo vários temas, zonas geográficas, estilos e épocas, arqueologia industrial, clerical, palaciana, rural, urbana, etc...
Fonte: espacodearquitetura.com
21 de Janeiro de 2020
Catarina MirandaAssistente Administrativa
* Chamada para rede móvel nacional.